Tom Jobim. O Maestro Soberano


Português - Español

Tom Jobim não teve a vida fácil que se quer imaginar, naqueles que são vencedores. Foi difícil para ele ser profeta em sua própria terra, assim como foi difícil para ele deixar para trás os traumas da infância e fazer seu caminho através das águas do competitivo universo musical, onde muitas vezes acontece que interesses particulares e comerciais importam mais do que a originalidade do talento. "Eu vivo me justificando com coisas que nunca disse", disse ele em mais de uma ocasião.

Há enigmas que permanecem por anos. Histórias familiares desconhecidas, medos e inseguranças que talvez ele só tenha começado a exorcizar aos 15 ou 16 anos de idade, sobre o teclado de piano vertical que comprou para a escola, cujo diretor era sua mãe Nilza.Tom Jobim nasceu na Tijuca, no norte do Rio de Janeiro, em 25 de janeiro de 1927. "A verdade é que eu deveria ter vindo ao mundo em Copacabana, mas os aluguéis eram muito caros". "Além disso, naquela época meus pais tinham problemas financeiros, então eles se mudaram para a Tijuca.

Na década de 1920, Copacabana era um terreno baldio, Ipanema não existia e os aluguéis na Tijuca estavam longe de ser acessíveis. Ao menos não deve ter sido a bela residência do Conde de Bonfim, onde os Jobims se estabeleceram. "Minhas lembranças de infância são de praias limpas e céus azuis", disse ele mais de uma vez. Uma infância livre, talvez, mas não uma infância feliz. Tom Jobim tinha três anos de idade quando seus pais se separaram. Ele e sua irmã Helena ficaram com sua mãe, que logo se lembra de Tom Jobim como "o único pai que eu conheci".

A história ou o enigma familiar, entretanto, não se refere nem ao divórcio nem ao segundo casamento materno com Celso Frota Pêssoa. Tem a ver com a morte de Jorge de Oliveira Jobim em uma clínica para doentes mentais em 1935. "Eu pensava que meu pai tinha cometido suicídio", ele se lembraria muitos anos mais tarde, "isso significava para a criança que eu era, que ele teria que me matar também". Pouco depois ele descobriu o piano: "Fiquei fascinado ao descobrir que ao tocar eu poderia harmonizar os sons

Tom Jobim nunca aceitou plenamente sua participação nesta revolução musical. "O meu foi um acidente", disse ele, "um acidente, eu não o fiz, não é minha culpa". Ele não tentou se diferenciar do movimento, ao contrário, agiu com modéstia, um bem depreciado nestes tempos de dificuldades e carreiras atrás da fama fácil, se não pitoresca. Por trás de seus sucessos e da facilidade com que ele os compôs, há um intelectual e um compositor que domina a técnica de seu ofício e reflete sobre as coisas que acontecem no mundo. Seu último período, após seu segundo casamento, é de profunda dedicação aos temas centrais do esforço contemporâneo, especialmente no Brasil. Isto é: o futuro das áreas virgens do planeta e o papel do homem como criatura da natureza e um fator de depredação.

Sua morte inesperada, uma falha cardíaca após uma cirurgia, deixou esta parte de seu trabalho inacabada. Ele representa o que há de especial na MPB - o compromisso dos artistas com seu tempo. Que é o compromisso deles com eles mesmos. Será difícil esquecer. em um teclado preto e branco". Preto e branco: o destino da expressão artística de seu país. Mas os jogos logo se tornaram um estúdio, primeiro com a pianista Lucia Branco e depois, em 1941, com Koellreuter, um músico alemão. "Mesmo os compositores americanos não são minhas influências. Estes são, chopin, Ravel, Debussy"...

Suave por fora, rápido por dentro, o jovem António Carlos Jobim tinha decidido, já aos 18 anos, tornar-se um músico profissional. Para fazer seu caminho, em 1946, o encontramos brincando nos boites do Rio de Janeiro, enquanto suas aulas na escola de arquitetura estavam entrando num limbo do qual nunca saíram.

"Minha mãe alegou que os músicos da noite acabam pobres, bêbados e na rua. Mas meu padrasto me apoiou, e eu pude continuar. Lançado na vida aleatória, ele não hesitou em cometer outra "loucura". Aos 22 anos, em 1949, Tom Jobim casou-se com sua namorada Teresa, com quem tiveram dois filhos. Ele resolveu seus desafios diários como orquestrador no selo Continental, e seus desafios criativos ao compor com Newton Mendonça e Billy Blanco. A vida não foi fácil, embora ele tenha conseguido gravar um álbum e colocar uma de suas criações, Teresa da Praia, entre os sucessos da rádio naqueles dias sem televisão.


Tudo começou em um bar.


Em um bar, o crítico musical Lucio Rangel apresenta dois homens que deveriam fazer história. Vinícius de Moraes e Tom Jobim tinham se visto e talvez conversado em noites boêmias, mas a amizade começou então. De Moraes precisava de um compositor para os textos de seu Orfeu da Conceição - tradução do mito grego para as colinas cariocas, e Rangel acreditava que ele era o homem certo para colocá-los ao som da música. "E haverá dinheirinho para fazer isso?" foi a pergunta do compositor.

Rangel e o poeta ficaram chocados: era uma questão rústica, indigna da proposta. Somente ali estava ele, com sua cerveja barata, na frente de dois senhores que falavam de arte, agitando o gelo de seus respectivos uísques. A peça, porém, estreou no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, em 25 de setembro de 1956. Foi o começo de uma longa, frutífera e transcendente associação. Em 1958, Elizabeth Cardoso gravou "Canción do Amor Demais" e a dupla foi estabelecida como a grande modernizadora da música urbana brasileira, e agente da renovação do jazz e de outros gêneros internacionais. Tom Jobim tornou-se o novo grande compositor nacional: ele escreveu sua sinfonia dedicada a Brasília a pedido do governo e deu um concerto no Carnegie Hall em Nova York, quase forçado pelo Ministério das Relações Exteriores. A Palma de Ouro de Cannes e, o Oscar americano recebido por Orfeo Negro - baseado no Orfeu da Conceiça- interpretado por Marcel Camus e cuja trilha sonora incluía sua "A Felicidade", juntamente com os convites para tocar e gravar nos Estados Unidos, o projetaram no mundo. Então Tom Jobim receberia o famoso telefonema de Frank Sinatra e veria seu nome ligado ao nascimento da Bossa Nova.

Durante muito tempo, seus colegas brasileiros o olharam com desconfiança. Sua carreira nos Estados Unidos foi muito bem sucedida, despertou suspeitas. Raramente essa desconfiança e suspeita foi menos fundamentada e pior exposta. "Esquecer seu país" é uma reprovação que Tom Jobim não merecia. Isso aconteceu nos 20 anos entre aproximadamente 1970 e 1990, um processo que seus contemporâneos não compreenderam ou não aceitaram plenamente. Ele não retardou seu trabalho: compôs para si e para os outros, para o cinema, tornou possível o lançamento de novos intérpretes e compositores, escreveu letras, poemas, canções, viajou, recebeu homenagens, tornou-se um mito e um arquétipo. Ele também voltou a se casar com uma mulher muito jovem, foi terminado como compositor e considerado entre os melhores de sua já longa carreira. Quanto mais seu físico desmaiava, mais jovem ficava sua mente.

Seus últimos anos o encontraram lutando muito para defender a natureza e a integridade de seu país: "Destruir a natureza e oprimir as mulheres são uma constante na vida dos homens", disse ele. E ele também disse: "O país que me inspirou não existe mais: tinha paz, amor, meninas bonitas e agora se preocupa em ter a bomba atômica". O sofisticado autor da complexa simplicidade de La Garota de Ipanema tornou-se um filósofo profundo sem perder a simplicidade. "A vida é boa" - outra de suas frases - É o homem que acaba complicando a situação". Ele morreu em Nova York, iluminado pelas simples verdades que acumulou ao longo do caminho. "Sei que vou morrer um dia, mas também sei que a música vai sobreviver.

TOM JOBIM disse:


"...o Brasil teve sorte... desde a época da colonização portuguesa, nosso país foi invadido por influências estrangeiras. Pela primeira vez, através da Bossa Nova, fomos capazes de influenciar alguém".

"...Minha vida era um pouco sinistra. Meu pai morreu quando eu fiz oito anos. Mas ele já tinha saído de casa quando eu era um. Um dia um velho piano alugado voltou para casa. Então comecei a tocar. Mais tarde toquei Beethoven, Mozart, Bach, Villalobos. Os espanhóis também, é claro: Granados, Albeniz... e também a escola francesa que me influenciou muito: Ravel e especialmente Debussy".



Algumas citações (8 de dezembro de 1994)


"Acho que é a maior perda da cultura brasileira neste século, fez mais do que ninguém pelo Brasil, pelo belo Brasil, pelo Brasil sofisticado, pelo Brasil elegante, pela nobreza do Brasil, que é a música de Tom Jobim, mais do que Pelé, do que Ayrton Senna, do que Heitor Villa Lobos......"
Nelson Motta

"Tom Jobim era uma figura paternal, um modelo admirado para mim"...
Sting

"O Brasil mudou, o Brasil é antes e depois da música de Tom Jobim"...
Beth Carvalho

"Perdemos o maior músico do Brasil..."
Milton Nascimento

"Estou profundamente chocado e triste com a morte de meu amigo Tom Jobim". Minha experiência musical com ele foi tão gratificante e criativa quanto as muitas horas que passamos conversando e refletindo à noite. O mundo perdeu um de seus músicos mais talentosos e eu perdi um amigo maravilhoso"...
Frank Sinatra

"Tenho tantas lembranças maravilhosas da época em que trabalhei com Tom que é difícil escolher por onde começar, tive um programa que gravamos juntos para a TV, super premiado..., fazer um álbum com ele, foi uma das coisas mais emocionantes da minha vida, gravar aquelas canções maravilhosas de Tom Jobim. Eu gostaria que Tom Jobim saísse em turnê e se sentasse ao piano e escrevesse mais, porque sem sua música, as pessoas estão a meio caminho de cantar"...
Frank Sinatra

"Acredito que este atual estado espiritual é um estado que se estende a todos os músicos e a toda uma nação". Esta súbita notícia de hoje nos deixa completamente devastados sem saber como fazer, como continuar a vida a partir daqui, sem nosso mestre"...
João Bosco

Acredito estar plantando sementes de criatividade, o gênio que se espalhou pelo Brasil. Os compositores, músicos e arranjadores que seguem seu exemplo, tornam a música muito forte, muito bonita e muito criativa.
Fernando Brant


Felizmente, sua música está lá. Está em nossos corações, em nossas memórias"...Um cantinho, O violão, esse amor uma canção, pra fazer feliz a quem se ama..." isto será sempre, e neste sentido sua música transcende nossa vida, sua vida, nossa morte, sua morte...
Gilberto Gil


"Tom Jobim ocupa um lugar vital no corpo da música brasileira..." "por mais irônica que seja a solenidade de sua posição, é claro que tudo passa por ele...
"Caetano Veloso


"Ele fez através de sua música, um Brasil bem conhecido e respeitado..."
Airto Moreira


"O brasileiro Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, um dos mais brasileiros que eu conheci. Eu conhecia dois: meu pai e ele"...
Dori Caymmi 


Nunca vi Tom Jobim, lamentando uma "Paixão", ou um abandono ou a perda de uma mulher amada, eu nunca vi. Ele sempre guardou muito disso para si mesmo, que era sua fascinante capacidade de traduzir seus sentimentos em arte, em canção, em música"...
Hugo Carvana



Tom Jobim no tuvo la vida fácil que uno quiere imaginar, en aquellos que son triunfadores. Le costó ser profeta en su tierra, del mismo modo que le fue difícil dejar atrás los traumas de la infancia, y abrirse paso a través de las aguas del competitivo universo musical, donde suele ocurrir que los interés creados y comerciales importan más que la originalidad del talento."Vivo justificándome por cosas que nunca he dicho" señaló en más de una oportunidad.

Hay enigmas que permanecieron durante años. Historias de familia no conocidas, miedos e inseguridades que tal vez recién comenzó a exorcizar a los 15 o 16 años, sobre el teclado del piano vertical adquirido para el colegio, cuya directora era Nilza, su madre.Tom Jobim nació en Tijuca, en el norte de Rio de Janeiro, el 25 de enero de 1927."La verdad es que debí haber llegado al mundo en Copacabana, pero los alquileres eran carísimos."Además, por esa época mis padres tenían problemas financieros, asi que se mudaron a Tijuca".

En los 20, Copacabana era un descampado, Ipanema no existía y los alquileres de Tijuca distaban mucho de ser económicos. Al menos no debió ser el de la hermosa residencia del Conde de Bonfim, donde los Jobim se instalaron. "Mis recuerdos de infancia son de playas limpias y cielo azul" dijo más de una vez. Una infancia libre, quizá, pero no del todo feliz. Tom Jobim tenia 3 años, cuando los padres se separaron. El y su hermana Helena permanecieron con su madre, que al poco tiempo contrajo segundas nupcias con quien Tom Jobim recordó como "El único padre que conocí".

La historia o el enigma familiar no se refiere sin embargo ni al divorcio ni a la segunda boda materna con Celso Frota Pêssoa. Tiene que ver con la muerte de Jorge de Oliveira Jobim en una clínica para enfermos mentales en 1935. "Creía que mi padre se había suicidado" -recordaría muchos años después "eso significaba para el niño que yo era, que también me tendría que matar" . Poco después descubre el piano: "Me fascinaba descubrir que jugando podía armonizar sonidos..".

Tom Jobim nunca terminó de aceptar su participación en esa revolución musical. "Lo mío fue un accidente' decía, "una casualidad, yo no lo hice, no es mérito mío". No trataba de diferenciarse del movimiento, al contrario, actuaba con modestia, un bien depreciado en estos tiempos de apuros y carreras detrás la fama fácil, cuando no pintoresca. Detrás de sus éxitos y de la facilidad con la que los compuso, hay un intelectual y un compositor que domina la técnica de su oficio y reflexiona en torno de las cosas que pasan en el mundo. Su última época, tras el segundo matrimonio, es una de profunda dedicación a los temas centrales del qué hacer contemporáneo, especialmente en Brasil. Es decir: el futuro de las áreas vírgenes del planeta y el rol del hombre como criatura de la naturaleza y factor de su depredación.

Su muerte imprevista, un fallo cardíaco tras una intervención quirúrgica, dejó esta parte de su trabajo inconclusa. Él representa lo especial del MPB.- el compromiso de los artistas con su tiempo. Que es el compromiso de ellos consigo mismos. Costará mucho olvidarlo. sobre un teclado blanco y negro". Blanco y negro: el sino de la expresión artística de su país. Pero los juegos se transformaron pronto en estudio, primero con la pianista Lucia Branco y después, en 1941, con Koellreuter, un músico alemán . " Ni los compositores norteamericanos son mis influencias. Éstas son, chopin, Ravel, Debussy..."

Suave por fuera, acelerado por dentro, el joven António Carlos Jobim había decidido, tan temprano como a los 18 años, ser músico profesional. Para abrirse camino, en 1946, lo encontramos tocando en las boites de Río de Janeiro, mientras sus clases en la escuela de arquitectura entraban en un limbo del que jamás salieron.

"Mi madre reclamaba que los músicos de la noche terminan pobres, borrachos y en la calle. Pero mi padrastro me apoyó, me bancó y pude seguir". Lanzado a la vida azarosa, no trepidó en cometer otra "locura". A los 22 años, en 1949, Tom Jobim se casó con su novia Teresa, con la que tuvieron dos hijos. Los desafíos cotidianos los resolvía como orquestador en el sello Continental, los creativos al componer con Newton Mendonça y Billy Blanco. La vida no era fácil, aunque logró grabar un disco y situar una de sus creaciones,Teresa da Praia, entre los éxitos de radio en esos días sin televisión.


Todo comenzó en un bar.


En un bar, Lucio Rangel, crítico musical, presenta a dos hombres que iban a hacer historia. Vinícius de Moraes y Tom Jobim se habían visto, y quizá charlado en las noches bohemias, pero la amistad comenzó entonces. De Moraes necesitaba un compositor para los textos de su Orfeu da Conceiçao -traslación del mito griego a los cerros cariocas, y Rangel creía que él era el hombre para musicalizarlos. "¿Y habrá algún dinerillo para hacerlo?", fue la pregunta del compositor.

Rangel y el poeta se escandalizaron: era un interrogante rústico, indigno de la propuesta. Sólo que ahí estaba él, con su cerveza barata, frente a dos caballeros que hablaban de arte, agitando el hielo de sus respectivos scotchs. La obra, sin embargo, se estrenó en el teatro Municipal de Río de janeiro, el 25 de setiembre de 1956. Fue el comienzo de una asociación prolongada, fructífera y trascendente. En 1958 Elizabeth Cardoso, grabó "Canción do Amor Demais" y la dupla quedó establecida como la gran modernizadora de la música urbana brasileña, y agente de la renovación del jazz y otros géneros internacionales. Tom Jobim se convirtió a partir de esta fecha, en el nuevo gran compositor nacional : Escribió a petición del gobierno, su sinfonía dedicada a Brasilia y dio un concierto en el Carnegie Hall de Nueva York, casi obligado por la cancillería-. La Palma de oro de Cannes y, el Oscar estadounidense recibidos por Orfeo Negro -basada en el Orfeu da Conceiçao- que realizó Marcel Camus y en cuya banda sonora figuraba su "A Felicidade", junto con las invitaciones para tocar y grabar en Estados Unidos, lo proyectaron en el mundo. Luego Tom Jobim recibiría la famosa llamada telefónica de Frank Sinatra y vería su nombre unido al nacimiento de la Bossa Nova.

Durante un buen tiempo sus colegas brasileños lo miraron con desconfianza. Era demasiado exitosa su carrera en Estados Unidos, despertaba sospechas. Pocas veces esa desconfianza y esas sospechas estuvieron menos fundadas y peor expuestas. "Olvidar su país" es un reproche que Tom Jobim no mereció. Sucedió en los 20 años transcurridos entre 1970, aproximadamente, y 1990, ocurre en su interior un proceso que sus contemporáneos no terminaron de comprender ni de aceptar. No bajó su ritmo de trabajo: compuso para sí y para otros, para el cine, posibilitó el lanzamiento de nuevos intérpretes y compositores, escribió letras, poemas, canciones, viajó, recibió homenajes, se convirtió en mito y arquetipo. También se casó de nuevo con una mujer muy joven, lo dieron por acabado como compositor y compuso entre lo mejor de su ya larga carrera. Mientras más se derrumbaba su físico, mas joven se tornaba su mente.

Sus últimos años lo encontraron dando una recia lucha por la defensa de la naturaleza y la integridad de su país: "Destruir la naturaleza y oprimir a la mujer son una constante en la vida de los hombres", decía. Y decía también: "El país que me inspiró ya no existe: tenía paz,amor, chicas lindas y ahora en cambio se preocupa por tener la bomba atómica” El sofisticado autor de la compleja simplicidad de La Garota de Ipanema, se convirtió en un filósofo profundo sin perder sencillez. "La vida es buena" -otra de sus frases-. Es el hombre el que acaba por complicarla". Murió en Nueva York, alumbrado por las verdades sencillas que acumuló a lo largo de su caminar. "Sé que voy a morir un día, pero también sé que la música sobrevivirá".

TOM JOBIM decía:

"....Brasil tuvo suerte...desde los tiempos de la colonización portuguesa, nuestro país ha sido invadido por influencias extranjeras. Por primera vez, a través de la Bossa Nova, nosotros fuimos capaces de influir en alguien.."

"....Mi vida fue un poco siniestra. Mi padre murió cuando cumplí ocho años. Pero ya se habia ido de casa cuando yo tenia un año.....Un día llegó a casa un viejo piano alquilado.Así comenzé a jugar.Más tarde me dediqué a tocar Beethoven, Mozart, Bach,Villalobos. Los españoles también, naturalmente: Granados, Albeniz...y también la escuela francesa que influyó mucho en mi:Ravel y sobre todo Debussy."



Algunas citas ( 8 de diciembre de 1994 )


"Pienso que es la mayor perdida de la cultura brasileña en este siglo,hizo más que nadie por el Brasil, Por el Brasil bonito, el Brasil sofisticado, el Brasil elegante, la nobleza del Brasil, que es la música de Tom Jobim, más que Pelé, que Ayrton Senna, que Heitor Villa Lobos........"
Nelson Motta

"Tom Jobim era una figura paterna, un modelo admirado para mi.."
Sting

"El Brasil cambió, Brasil es antes y después de la música de Tom Jobim..."
Beth Carvalho

"Hemos perdido el mayor músico del Brasil..."
Milton Nascimento

"Estoy profundamente shockeado y triste por la muerte de mi amigo Tom Jobim. Mi experiencia musical con él fue tan gratificante y creativa, como las muchas horas que pasamos conversando y reflexionando en las noches. El mundo perdió uno de los mas talentosos músicos y yo, perdi un amigo maravilloso..."
Frank Sinatra

"Yo tengo tantos recuerdos maravillosos del tiempo en que trabajé con Tom que es difícil escoger por donde comenzar,tuve un show que grabamos juntos para TV ,superpremiado..., hacer un disco con él, fue una de las cosas más emocionantes en mi vida, grabar aquellas canciones maravillosas de Tom Jobim. Yo quisiese que Tom Jobim saliese de gira y se sentase en el piano y compusiese más, porque sin su música , la gente, queda medio sin tener que cantar..."
Frank Sinatra

" yo creo que este estado espiritual actual es un estado que se extiende a todos los músicos y a toda una nación. Esta noticia tan repentina del dia de hoy nos deja completamente arrasados sin saber como hacer, en como continuar la vida de aqui en adelante, sin nuestro maestro..."
João Bosco

Yo creo que planto semillas de creatividad,la genialidad que se extendió por todo el Brasil. Los compositores, músicos y arregladores que continuan después de su ejemplo, hacen de la música una cosa muy fuerte, muy bella y muy creativa..."
Fernando Brant


Felizmente la musica de él, no hace falta, porque esta ahí. Esta en nuestros corazones, en nuestras memorias"...Um cantinho, O violão, esse amor uma canção, pra fazer feliz a quem se ama.." esto va a estar siempre, y en este sentido su música trasciende a nuestra vida, la vida de él, nuestra muerte, la muerte de él..."
Gilberto Gil


" Tom Jobim ocupa un lugar vital en el organismo de la música brasilera..""por más que ironice sobre la solemnidad de su posición, queda claro que todo pasa por él...
" Caetano Veloso


" El hizo por intermedio de su música, un Brasil muy conocido y muy respetado..."
Airto Moreira


" El brasileiro, Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, uno de los más brasileiros que yo conocí. Conocí dos: Mi padre y él...."
Dori Caymmi "


Nunca vi a Tom Jobim, lamentando una "Paixão", o un abandono o la perdida de una mujer amada, nunca vi. El siempre se resguardaba mucho de eso, eso era la fascinante capacidad de él, traducir sus sentimientos en arte, en canción, en música..."
Hugo Carvana



SIGUIENTE La entrevista a Tom de Clarice Lispector
SIGUIENTE El sinfónico Tom Jobim
SIGUIENTE  Artigo completo Entrevista Tom Jobim por Carlos Lacerda